O Projeto Flamingo leva a exploração de Simulação cosmológica do universo a um novo nível e promete desvendar segredos do espaço há muito guardados
Simulação cosmológica do universo: Uma equipe internacional de astrônomos realizou o que se acredita ser a maior simulação cosmológica já criada. Esta simulação rastreia não apenas a matéria escura, mas também a matéria comum – como planetas, estrelas e galáxias – e, assim, fornece informações sobre a evolução do universo.
Uma equipa internacional de astrónomos realizou a maior simulação cosmológica alguma vez realizada, traçando a evolução de todos os componentes do Universo, incluindo a matéria escura e comum;
Esta conquista é particularmente importante tendo em conta a grande quantidade de dados recolhidos por telescópios espaciais como James Webb (da NASA) e Euclid (da ESA);
As simulações desempenham um papel fundamental na interpretação científica destes dados, ligando previsões teóricas com observações reais;
Os astrônomos fornecem uma compreensão mais completa da dinâmica do universo e podem finalmente esclarecer a tensão observada entre as diferentes medidas cosmológicas.
Elas são chamadas de simulações Flamingo e calculam a evolução de todos os componentes do universo de acordo com as leis da física. À medida que a simulação avança, galáxias e aglomerados virtuais aparecem.
O sucesso dos pesquisadores torna-se ainda mais significativo num cenário em que instalações como o James Webb e o Euclid – telescópios espaciais das agências espaciais dos EUA (NASA) e da Europa (ESA) – coletam volumes impressionantes de dados sobre galáxias, quasares e estrelas.
Simulações como as realizadas pelo Projeto Flamingo desempenham um papel vital na interpretação científica destes dados, preenchendo a lacuna entre as previsões teóricas e as observações reais.
De acordo com as teorias, as propriedades do nosso universo são determinadas por um punhado de números chamados “parâmetros cosmológicos” – seis deles, na versão mais simples. A precisão com que estes parâmetros podem ser medidos de diferentes maneiras é notável.
No entanto, surge um dilema ao comparar medições baseadas nas propriedades da radiação cósmica de fundo (CMB) com aquelas obtidas por meio de técnicas que dependem da influência gravitacional das galáxias na luz, conhecidas como lentes. Estas discrepâncias, conhecidas como “tensões”, podem indicar a necessidade de reavaliar o Modelo Padrão da cosmologia.
Simulações computacionais têm o potencial de revelar as causas dessas tensões, fornecendo informações sobre possíveis vieses de medição. Até agora, as simulações que foram comparadas com as observações analisaram apenas a matéria escura e fria.
Esta nova abordagem abre a porta para a compreensão não apenas da dinâmica da matéria escura, mas também da influência da matéria comum. Os resultados iniciais sugerem que tanto os neutrinos como a matéria comum são essenciais para previsões precisas. Mas a tensão entre as diferentes observações cosmológicas ainda permanece.
Esta simulação em grande escala representa um avanço significativo e representa um novo marco na exploração espacial. Além disso, a riqueza dos dados virtuais cria oportunidades para novas descobertas teóricas e testes de novas técnicas analíticas, incluindo a aprendizagem automática.
No entanto, o benefício da matéria comum não pode ser subestimado. Esta forma de matéria, que representa apenas 16% da massa total do Universo, é afetada não só pela gravidade, mas também pela pressão do gás, o que pode resultar na ejeção de matéria das galáxias através de buracos negros ativos e supernovas.
Os astrônomos agora podem usar essa tecnologia para fazer previsões sobre universos virtuais aleatórios, possibilitando medir os valores de parâmetros cosmológicos. Esta abordagem também oferece a possibilidade de medir as incertezas correspondentes, proporcionando uma visão mais clara do efeito dos ventos galácticos.