09/05/2025

Lugares no Centro de Goiânia que mantêm viva a identidade da cidade

Espaços históricos e criativos mantêm viva a identidade da capital com arte, cultura e legado arquitetônico

Vista aérea do centro de Goiânia mostrando prédios e a Praça Cívica
Centro de Goiânia Foto: Paulo José

Em meio ao concreto, ao comércio agitado e às fachadas históricas, o Centro de Goiânia abriga verdadeiros redutos de arte, cultura e resistência. Para além do trânsito e da pressa, existe um roteiro que preserva a história e a criatividade da capital goiana. Lugares onde a memória coletiva se encontra com a expressão artística e o sentimento de pertencimento ganha forma. Além disso, neste cenário urbano, a fotografia também se revela uma aliada, seja para registrar o charme do Art Déco, os grafites coloridos ou momentos culturais que resistem ao tempo.

Um bom ponto de partida é o Monumento das Três Raças, marco simbólico da formação da identidade goiana. Criado por Neusa Moraes, o monumento de sete metros exalta as raízes branca, negra e indígena que compõem o DNA do estado. Na mesma região, o Palácio das Esmeraldas, sede do governo desde 1933, reafirma a imponência da arquitetura Art Déco. Em abril de 2025, o prédio passou por revitalização e segue como referência histórica e visual da Praça Cívica.

Além disso, ainda na mesma praça, o Museu Zoroastro Artiaga guarda vestígios preciosos da cultura indígena e da mineralogia goiana . Em contraste, o Coreto da Praça Cívica, continua sendo lembrado como um palco tradicional de manifestações culturais e políticas, uma estrutura pequena, mas simbólica.

Caminhar pelo Centro, portanto, é como folhear um álbum de fotos em tempo real. A Torre do Relógio, projetada por Américo Vespúcio Pontes, atravessa décadas observando o vai e vem da cidade. Já o Museu Pedro Ludovico, instalado na antiga residência do fundador de Goiânia, resgata objetos pessoais, documentos e histórias.

Mas o Centro também pulsa no presente. O Teatro Goiânia, ativo desde 1942, continua como referência artística e abriga espetáculos que vão do erudito ao popular. Outro espaço que simboliza a ocupação criativa é o Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro, onde teatro, cinema, biblioteca e café se misturam para oferecer cultura acessível e contemporânea.

Entre as Ruas da Cidade

No coração da cidade, a charmosa Rua do Lazer, fechada ao trânsito desde 1977, mantém viva sua aura boêmia com bares, lanchonetes e o charme europeu das calçadas. Bem ali perto, o Cine Ritz resiste como o cinema mais antigo da cidade, mantendo acesa a chama do audiovisual clássico em tempos de streaming.

A Hocus Pocus, por sua vez, é um dos refúgios culturais mais queridos da capital. Com mais de 30 anos de história, a loja se tornou ponto de encontro de gerações apaixonadas por livros, discos, quadrinhos e objetos da cultura pop. Graças à administração familiar descentralizada permitiu que a loja se transformasse em um coletivo de ideias e experiências, cada ambiente com sua própria identidade, reforçando o papel da cultura como elemento agregador e de resistência.

E se a fotografia é uma forma de arte democrática, poucos lugares em Goiânia são tão fotogênicos e simbólicos quanto o Beco da Codorna. Escondido entre a Avenida Anhanguera e a Rua 9, o espaço antes marginalizado foi reinventado por artistas e estudantes como um museu a céu aberto.

Grafites vibrantes, intervenções urbanas e eventos multiculturais transformaram a viela em palco de shows, feiras e até casamentos. O Beco é o exemplo vivo de como a arte pode reconfigurar espaços urbanos e restaurar a autoestima de uma comunidade.

Assim, o Centro de Goiânia é um museu vivo, onde a arte, a cultura e a resistência se encontram em cada esquina. É ali, entre prédios antigos, becos coloridos e cafés cheios de histórias, que a capital revela sua alma. Para quem olha com atenção ou pela lente de uma câmera, a cidade ainda tem muito a dizer.

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