Saiba sobre o filme que levou 5 estatuetas para casa.
Embora seus filmes tenham um certo açúcar que os aproximou rapidamente do público jovem fã de cinema independente, o cineasta estadunidense não é um artista esperançoso. Desde o revelador Tangerina (2015), Sean Baker se dedica a contar histórias de grupos marginalizados por meio do humor e do movimento. Seus filmes são vivos, não apenas pela espontaneidade da contratação de atores amadores, mas também pelo controle preciso da linguagem e do ritmo em cada cena.

Anora, que venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes 2024 e o Oscar 2025 de Melhor Filme
A personagem principal, Anora (Mikey Madison) é uma dançarina e garota de programa que acredita ter encontrado uma saída para sua realidade ao se casar com Ivan (Mark Eydelshteyn), filho de um oligarca russo. O relacionamento avança rapidamente, de cliente a namorado, e de namorado a marido, em poucas semanas. No entanto, quando a família poderosa de Ivan descobre o casamento, inicia-se uma perseguição implacável para separá-los. O que se segue são fugas desesperadas por Nova York, com Anora constantemente questionando a validade de seu relacionamento – afinal, tudo começou como uma transação, e nada garante que não continue sendo uma.
Crítica por trás
Anora se aprofunda na forma como o capitalismo mercantilizou as relações humanas. A história evidencia como a dignidade individual se torna secundária em um sistema que normaliza a exploração. Para as mulheres, isso é ainda mais intenso: seus corpos são tratados como objetos de um mercado impiedoso. Para os pobres, a liquidez dessas transações se torna essencial para a sobrevivência, já que o sistema lhes nega qualquer estabilidade financeira. Do outro lado, os que detêm o poder permanecem insensíveis às consequências de suas ações.
Anora também venceu o prémio de Melhor filme no Critics Choice Awards.
O filme estreou em Janeiro, mas você ainda pode assistir ele hoje, nos cinemas.
Fonte: Omelete.

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